terça-feira, 14 de setembro de 2010

Sobre as ilusões acerca da vida espiritual

Amanhã vou (finalmente) assistir o filme Nosso Lar.

Mas já tenho visto muitos comentários sobre o filme, e sempre me chama a atenção quando vejo pessoas maravilhadas, dizendo que gostariam de morrer para viver naquele mundo maravilhoso que existe do lado de lá.

Não duvido que o mundo espiritual seja lindo, mas também não creio que a maioria das pessoas encarnadas na Terra, mundo de expiação, estejam prontas para disfrutar de um "paraíso" espiritual.

Segue portanto um elucidativo texto acerca do assunto... trecho do livro No mundo maior, de André Luis - para quem não sabe esse é o quinto livro da série do autor (comecei a ler ele hoje! ;)




A morte a ninguém propiciará passaporte gratuito para a ventura celeste.
Nunca promoverá compulsoriamente homens a anjos. Cada criatura transporá essa aduana da eternidade com a exclusiva bagagem do que houver semeado, e aprenderá que a ordem e a hierarquia, a paz do trabalho edificante, são característicos imutáveis da Lei, em toda parte.
 
Ninguém, depois do sepulcro, gozará de um descanso a que não tenha feito jus, porque “o Reino do Senhor não vem com aparências externas”.
Os companheiros que compreendem, na experiência humana, a escada sublime, cujos degraus há que vencer a preço de suor, com o proveito das bênçãos celestiais, dentro da prática Incessante do bem, não se surpreenderão com as narrativas do mensageiro interessado no servir por amor. Sabem eles que não teriam recebido o dom da vida para matar o tempo, nem a dádiva da fé para confundir os semelhantes, absorvidos, que se acham, na execução dos Divinos Desígnios. 

Todavia, aos crentes do favoritismo, presos à teia de velhas ilusões, ainda quando se apresentem com os mais respeitáveis títulos, as afirmativas do emissário fraternal provocarão descontentamento e perplexidade.
É natural, porém: cada lavrador respira o ar do campo que escolheu.
Para todos, contudo, exoramos a bênção do Eterno: tanto para eles, quanto para nós.
 
EMMANUEL
Pedro Leopoldo, 25 de março de 1947.